Carne tua


Tua carne ardente
vermelha, molhada
inflama minha boca
abocanho como nascituro
o alimento que me serves
em seus seios túmidos
Minha língua lânguida, sibilante
desliza quente
Encontra morada em seu ventre
O monte de Vênus
Agora renomeado é meu
meu monte
Ali, um pouco abaixo
em seu sacrário incandescente
busco ávido
seu mel perfumado e doce
sinto minha pele que rasga a sua
quando a possuo
felina
suas unhas arrancam minha pele
urro para a lua
que insiste em ser voyeur
seus gritos de felina no cio
invadem meus ouvidos
calam a noite
escandalizam os arbustos indiscretos
venha doce ninfa
cavalgue seu centauro alado
bebemos em nossas próprias fontes
a água que nos sacia
e nos vicia

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