De onde vem 

De onde vem
Incontrolável desejo 
Por Danaë?
Vem sim
De suas carnes
Suaves, delicadas
Da mesma forma que vem
Do que não se vê
De seu carinho com os pássaros
Que se abrigam em ninhos urbanos
De suas sensibilidades
De suas unidades
De seus pés
Que pisam delicados
Sua beleza
Nua
Insinua 
Um desejo por meus olhos
Sua pura, selvagem indecência
A quero em seu cheiro
Em sua boca
Em seus cabelos incandescentes
Que iluminam e brilham
Que me levam
Para lugares em que nunca fui
A quero como o vento
Que refresca seu corpo
Em dias quentes
Ou do vento que busca seu calor
Em dias frios
Demente 
Ao levantar suas saias
Seu vestido florido
Suas mãos pequeninas
Expondo unhas coloridas
O peso leve de sua alma
As intensidades
TOs carinhos, carícias e beijos
Que sonho e fico tonto
Andando aflito 
Sem rumo definido
Construindo poemas 
Este poeta infame
Pensa e ambiciona
Que seu beijo me inflame
É que seja seu corpo minha casa
Sua casa é o peito meu
E sou romântico e louco
É que o mundo se dane mais um pouco
Se Danaë está
O que importa é ela e eu



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