Mulher
lino
Uma gotícula de suor
Escorre em meu rosto
Logo sou banhada pela água salgada
Não sei se é o choro que se mistura
Sei que sigo de pé
Apesar da brutalidade da vida
Apesar dos assovios e dos gritos
Aterrorizantes e animalescos
Apesar dos olhares desrespeitosos 
Apesar das violações iminentes
Eu me levanto, trinco os dentes
Minha seriedade cortante
A fraqueza do covarde não me assusta
Ando leve e piso firme
Não existe isso de é só uma mulher
Sou  uma mulher que ruge em garras afiadas
A guerra está em meu sangue
Fruto de batalhas intermináveis
Carrego dentro de mim outras


Milhares, múltiplas, infindáveis

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