De um poeta menor
A moça
Aquela de tempos atrás
Sempre desejou que fosse eu
Um poeta maior
Desses que escrevem não de pequenos adeus
Mas que escrevem de Deus nosso senhor
Que escreve sobre grandes guerras
De grandes heróis
Das odisseias, das epopeia, das eneidas e lusíadas
Sabe moça
Eu bem que tentei
Mas meu mundo é pequeno
Só cabe no quintal aqui de casa
O meu interior é ainda menor
Tamanho de palma de mão
Do meu coração
Queria-me discreto e católico
Queria-me assim
Assim e assado
Queria-me um poeta respeitado
Queria-me publicado em capa dura
Eu vivo, não morto, quero é ser livre e solto
Queria-me grande poeta
Mas, eu poeta menor
Não me aflito
Caminho nos matos
E converso com tudo o que vive
Já vi pedras mais vivas que pessoas
Já vi animais mais humanos que eu
Moça
Querida moça
Nesta vida,
Eu só aprendo
Ancora Imparo
Hoje, ontem
Amanhã e sempre
tudo se desdobra,
ResponderExcluirtudo ramifica
abç