E quando 

E quando
Vens semidesnuda
em culto sagrado
de busto livre, lindo e puro...
eu profano seu ritual
com olhares de desejo alado,
a fiel adaga de Hécate em suas mãos
perfura meu peito vermelho
Não sei se poetisa, médica ou ferreira
só sei do que amo
e a paz aprofunda em meu ser
sou profanado por sua pureza
e na carne desencarno
e que a rosa se alimente da cruz
e que em fogo
eu me purifique 
em sua lareira
fagus encantados nos protejam
pois estaremos desarmados 
sob a armadura do amor
alquimicamente 
tornas-te dourada
e vejo o que só Klimt viu
o ouro escorre de seus poros 
e me doura
limites para quê?
sob suas vestes nos cobrimos
já não nos atinge
nem calor, nem frio
e tudo brota
neste dia cabalístico
dançamos em círculo
agradeçamos
o nascer do sol
o pôr do sol
que nos acende, incende
e que nos acalma




Comentários

Postagens mais visitadas