Talvez, aquele curso de Yoga
Já não faz
Já não fazia sentido
este inútil respirar
hoje, à tarde, toque violão
Já fazia tempo que não tocava
Qualquer nota soava triste
tom maior, tom menor
tudo era menos sem...
eu pensei no seu perfume infinito
e no meu toque, em seu corpo, aflito
e vi meu corpo mole
como doença ruim
não me faça ser cafona
já ninguém morre de amor
logo eu?
meus longos cabelos anseiam os seus
que se enroscam aos meus num só - num sol
e se for pra ser assim...
sei lá
Eu carregava apenas rastros de um dia feliz
e você me fez assim - tão bem
um dissonante soou por um instante
agora distante
e só quero saber que está bem
eu só tomo café amargo
pois, tanto faz
só mais um dia no calendário
e eu... que me achava tão, tão
já vejo que não, não mais
pois, pra mim tanto faz
eu vi uma foto sua, nua
guardada em minha própria memória
perdida no que restou da minha lógica
apareceu assombrando o luar
e a noite custou tanto passar
e nem sei se ainda escrevo poemas
ou se sou apenas a dor
em um processo complexo metonímico
abri os jornais e percebi
que tanto faz a terceira guerra mundial
o meu campo já estava minado
quando eu te encontrei
todo amante é tolo
navega a vida em barquinhos de papel
no infinito azul, lindo azul
e se afoga com gosto
eu bebi tanta água que
agora, elas escorrem por meu olhos
e se foi, foi, foi
e me deixou
ainda assim me amou?
Talvez...
Olha,
eu ainda quero fazer aquele curso de Yoga
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